Mas haverá mesmo pacificação na família Reis em torno da disputa pela Prefeitura de Lagarto nas eleições do ano que vem? Este questionamento se faz mediante a existência de dois interesses de uma mesma cepa – o da ex-deputada estadual Goretti Reis e o do secretário de Estado e primeiro suplemente de deputado estadual Sérgio Reis.
Goretti é tia de Sérgio. Ela é irmã do ex-prefeito e ex-deputado federal e estadual Jerônimo Reis. E ele, filho. Os Reis, que contam com um mandato de deputado federal na figura de Fábio Reis, PSD, acham que ano que vem conseguirão tomar a Prefeitura das mãos dos Ribeiro – da prefeita Hilda Ribeiro e do deputado federal Gustinho Ribeiro. Acham porque teriam se saído melhores eleitoralmente em 2022 em todas as candidaturas – só não contam a de Fábio Mitidieri, apoiado pelos dois blocos.
De fato não há que se negar prestígio aos Reis na vida de Lagarto. Jerônimo Reis, mesmo, é uma grandiosa figura humana e política. Mas estão longe da Prefeitura há algumas gestões. Goretti e Sérgio e Sérgio e Goretti andaram tendo uns entreveros de ordem política. Ela exerceu uma série de mandatos de deputada estadual, mas ano passado, por opção, ficou de fora da disputa da reeleição.
Em seu lugar, foi o sobrinho Sérgio. Não houve deserção eleitoral no núcleo familiar mais direto, Sérgio angariou uma boa votação – 23.499 votos -, mas, por uma questão de legenda, não conseguiu entrar, mesmo tendo mais votos do que 10 dos 24 que se fizeram titulares de mandatos.
Confirmado pelo governador Fábio Mitidieri como secretário de Estado da Representação de Sergipe em Brasília, Sérgio abriu mão do mandato de deputado como primeiro suplente – chegado lá pelo fato de Jorginho Araújo, o eleito, ter sido elevado a secretário de Estado. Sérgio chegou até a assumir a Alese, mas não ficou.
É certo que Sérgio Reis nunca negou sua pretensão de disputar o Executivo de Lagarto. Em 2020, foi até lançado candidato da família, mas não conseguiu seguir em frente porque tinha problemas jurídicos. Agora está liberado. Mas Goretti também manifestou o mesmo interesse, sobretudo ao decidir-se que não buscaria mais uma reeleição para a Alese.
Em conversa com esta Coluna Aparte na semana passada, Sérgio Reis disse que a sua família conseguiu, sim, pacificar essas pretensões dobradaspara 2024 em Lagarto.
Segundo ele, os Reis tiveram um encontro e deixaram patenteado o seguinte: não haverá duas candidaturas na família. Não haverádissidência.
Será selecionado ou selecionada para a disputa quem estiver em melhorcondições perante a população e o que não for homologado não ficará com cara feia e nem fará corpo moleperante o escolhido.
Essa parece ser um saída-solução razoável. Mesmo porque os Reis devem levar em conta que enquanto eles brigam por definir com que cabaça pegam a água da sucessão, os Ribeiro já estão com a jovem Rafaela Ribeiro com sebo nas canelas e na linha da largada, pronta para dar a partida.
E em eleição, como em corridas, quem se planeja melhor e mais cedo, por vezes é quem leva a melhor vantagem. (JL Política)